Por John Stott
"No princípio Deus criou os céus e a terra" (Gênesis 1:1)
As primeiras três palavras da Bíblia ("No princípio Deus") formam uma introdução indispensável para todo o resto. Elas revelam que nunca podemos nos antecipar a Deus ou surpreendê-lo, pois ele está sempre lá, "no princípio". A iniciativa de toda ação é sempre de Deus.Isto é particularmente verdadeiro sobre a criação. Os cristão crêem que, quando Deus deu início à sua obra criativa, nada existia além dele mesmo. Só ele estava lá, no início de tudo. Só ele é eterno. A centralidade de Deus em Gênesis 1 é proeminente em toda a narrativa. Deus é o sujeito de quase todos os verbos. "Deus disse" aparece dez vezes no texto e "Deus viu que era (muito) bom", sete vezes.
Nós não temos que optar entre Gênesis 1 e a cosmologia ou astrofísica contemporânea. Deus nunca teve a intenção de que a Bíblia fosse um texto científico. Na verdade, deveria ser evidente para os leitores que o texto de Gênesis 1 é um poema altamente estilizado e belo. Ambas as abordagens da criação ( a científica e a poética) são verdadeiras, porém partem de perspectivas diferentes e se completam.
Quando o Credo dos Apóstolos afirma nossa crença em "Deus Pai Todo-Poderoso", está se referindo não apenas à sua onipotência, mas também ao seu poder de controle sobre toda a criação. O que ele criou, ele também sustenta. Sua presença é imanente neste mundo; ele está continuamente sustentando, revigorando e colocando em ordem todas as coisas. O fôlego de todos os seres viventes está em suas mãos. É ele quem faz o sol brilhar e a chuva cair. Ele alimenta os pássaros e protege as flores. Isto pode ser poético, mas também verdadeiro.Daí a sabedoria das igrejas que mantêm um culto anual para ação de graças e dos cristãos que dão graças antes das refeições. Estas atitudes não apenas são corretas como nos ajudam a relembrar que nossas vidas e todas as coisas dependem de nosso fiel Criador e Mantenedor.
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