terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O Verdadeiro conceito de pecado

Resenha do livro: O ser humano em busca de identidade, de Brakemeier. Gottfried.O
Por Leandro Louzada
O autor quer nos mostrar, o verdadeiro sentido de pecado, que segundo ele não é uma invenção do sacerdote, nem temos que negar o pecado, para ficar livre dele.
O pecado só pode ser aplicado a religião, pois é relacionado somente a Deus, sem Deus não podemos falar em pecado, se o pecado for negado, Deus também estará sendo.
Nos nossos dias o conceito de pecado esta sendo distorcido pelas religiões o autor diz : “ O Deus apregoado pelas religiões de mercado não é mais aquele que cobra responsabilidades, e, sim, aquele que garante lucros e vantagens”.(pág.50). Isso nos mostra que, se não conseguimos coisas boas que desejamos é porque não temos fé.
Não podemos negar o pecado, ele não é uma invenção religiosa, podemos até negar a Deus, mas nunca o pecado. O pecado é tido como, um mal moral, que se enquadra com a responsabilidade, é aquele mal que o homem sabe que não deve fazer mas faz. Mas ninguém quer ter culpa, o mundo nega a responsabilidade, preocupa somente com seu bem-estar.
Não importa como, mas o pecado existe, ele esta em todos os homens, mas para o homem não é fácil dizer que é desculpado.
O autor nos mostra os fundamentos bíblicos do conceito pecado, ele mostra que o conceito de pecado do A.T é diferente do N.T, pois o N.T enfatiza o ser pecaminoso, enquanto o A.T, mostra mais o ritual do pecado e nos mostra o que fazer.
Segundo o autor o pecado é infringir as ordens de Deus, é o não cumprimento das obrigações, com Deus e com o próximo. O pecado é a maior doença que o homem pode ter, porque rompe a ligação dele com Deus e das relações com os homens. O pecado separa a comunhão com Deus e automaticamente com o homem.
Mas mesmo o pecado sendo essa grande desgraça, o autor fala que Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, ele restabelece a comunhão do homem com Deus, e sucessivamente com o próximo.
O pecado não foi criado por Deus, pois o pecado vai contra Deus, a bíblia nos mostra que, o pecado originou no homem, foi uma queda do próprio homem, sem contar com a mínima ação de Deus. A porta do pecado foi aberta por Adão e Eva. O autor nos mostra que o relato da queda é puramente mitológico, Adão e Eva representam a humanidade, não apenas pessoas individuais. O pecado tem sua origem histórica ele foi criado pela humanidade é até hoje tem sua participação na historia. O autor diz: O discurso sobre o pecado original, assim podemos concluir, opõe-se à bagatelização do pecado na historia, na sociedade e no individuo. As pessoas vivem sob o jugo do pecado na historia, sem por isso serem meras vitimas. Ao pecado original corresponde o pecado atual, ou seja, a réplica do pecado histórico aqui e agora, a cumplicidade com os antepassados, a reprodução da lógica da maldade. Na respodabilização das pessoas há condicionantes a respeitar. "mas eles poderão ser no Maximo “atenuantes”, nunca fatores “isentantes”. A tradição judaica e cristã não negou que o ser humano, a despeito da infecção com o pecado, seja capaz de boas obras” (pág 63).
O autor nos mostra também exemplos de concretização, o primeiro a ser relatado é Martim Lutero, ele definia o pecado como a negação da fé a Deus, e para ele também todos pecados são mortais.
Mais a frente no século xx, Paul Tillitch defini o pecado como, alienação, ele diz: “ O ser alienado, assim podemos concluir, é o ser humano “em contradição” com sua vocação e seu ser, e nisto consiste sua “perdição”.(pág 66).
Para Elisabeth Moltmann-Wendel, juntamente com outras teológas femininas, defini o pecado das mulheres como, a autonegação, as mulheres tem medo de serem elas mesmas, elas sofrem com o “eu”.
Enrique Dussel defini como o pecado, a negação do outro, ele se baseia muito na teologia da libertação, essa negação do outro também inclui a negação de Deus, seria um pecado social.
O autor depois de mostrar várias definições de pecado, de pessoas distintas, ele diz que todas mostram que o ser humano não é o que deveria ser.
Como superar o pecado? O autor agora mostra como devemos agir, para vencer o pecado.
Primeiro segundo ele, devemos reconhecer que somos incompletos e Deus é incorruptível. Precisamos nos colocar abaixo de Deus, temos que confessar a Deus, que somos falhos e imperfeitos. Entendendo que Deus é um ser misericordioso que esta pronto à nos perdoar de todo pecado. Então a primeira coisa é a confissão dos pecados.
A segunda coisa é que Deus apaga nossos pecados, ele anula toda culpa, ele recebe o pecador em seus braços. Ele é um Deus amoroso que perdoa os nossos pecados, ele oferece sua graça a nós, mesmo sem merecermos ele nos dá. O perdão dos pecados nos traz uma nova vida, o ser humano torna-se livre neste mundo, Deus tira todas barreiras da nossa vida, aniquila todos as nossas dividas.
Ele diz que o perdão apaga nossa culpa, mas não apaga o pecado, isto é, é necessário, a confissão dos nossos pecados todos os dias, pois nós temos a natureza de Adão e a natureza de Cristo, somos Justos e pecadores ao mesmo tempo.
Concluindo o autor diz que, a realidade do pecado mostra que a bondade do ser humano é uma ilusão, o mal sempre ira existir, e o homem para viver sempre precisara do perdão de Deus.

Conclusão
O autor tem muita convicção em seus argumentos, ele usa muito a bíblia, ela é seu principal instrumento para provar suas idéias, ele cita muitos teólogos para dar ênfase as suas idéias, gostei muito de como ele abordou o pecado, principalmente no relato da queda, mostrando Adão e Eva como a humanidade e não um ser individual, e também de mostrar que o pecado se origina no homem e não em Deus, mesmo o autor falando de pecado ele mostra como retirar esse fardo, isso foi crucial no seu livro, pois ele não só falou do pecado mas mostrou que pela graça, Cristo anula nossos pecados.
A linguagem que ele escreve é fácil de entender, e sua idéias estão bem colocadas.
Gostei muito desse estudo, pois ele nos mostra realmente quem somos,como estamos e como podemos nos tornar.

3 comentários:

  1. caro amigo dizer que o conceito pecado esta ligado a Deus não me parece correto o pecado é um eastado de conciencia moral;que a sociedade impôs, para colocar limite ao homem dz-se que Deus condena o que ela sociedade condenou não consigo imaginar Deus punitivo pois foi ele uqe nos criou hora Deus prdoa não pune caso contrário não pagaria o preço para libertar, pois tudo esta dentro de cada um o que vc pensa é isso que vc é....

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  2. caro amigo dizer que o conceito pecado esta ligado a Deus não me parece correto o pecado é um eastado de conciencia moral;que a sociedade impôs, para colocar limite ao homem dz-se que Deus condena o que ela sociedade condenou não consigo imaginar Deus punitivo pois foi ele que nos criou hora Deus perdoa não pune caso contrário não pagaria o preço para libertar o homem de seus dogmaS SEUS pesadelos pois tudo esta dentro de cada um o que vc pensa é isso que vc é....

    12 Janeiro, 2010

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  3. Caro Roberto, Obrigado por comentar no meu blog, este espaço é para isso mesmo debater as ideias!!
    Querido, este texto é uma resenha de um capítulo do Livro de Gotrfried Brakemeier, um sábio teólogo e é claro que suas ideias tem que ser analisadas e debatidas, mas em momento algum no texto foi citado punições em relação ao pecado cometido, Brakemeier quer nos levar o entendimento que a sociedade em que vivemos para não prestar contas a Deus de atitudes pecaminosas contra Ele e contra o homem, nega o pecado. Negando o pecado automaticamente nega-se a soberania divina e sua Palavra que nos foi revelada durante séculos.
    Gostaria que me mostrasse bíblicamente como o pecado poderia ser apenas um estado de consciência moral, já que o testemunho bíblico deixa claro que o pecado é uma transgressão a lei divina, é afastamento de Deus, é cobiça contra o próximo e contra o meio ambiente (Rm 3:10, Rm 3:23)
    Brakemeier deixa claro, que mesmo se tentassemos negar o pecado, nossa natureza moral, ou seja, nosso cinismo, egoísmo, falsidade nos condenariam!

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