sábado, 20 de setembro de 2008

Igreja: Lugar de Pecadores

Por Leandro Louzada
Agostinho de Hipona foi um bispo católico, teólogo e filósofo, considerado pelos católicos santo e Doutor da Igreja. Para ele toda humanidade é afetada pelo pecado em conseqüência da Queda. A mente humana tornou-se obscurecida e enfraquecida pelo pecado. Ele fez com que se tornasse impossível para o pecador pensar com clareza e, especialmente, compreender verdades e idéias espirituais mais elevadas. Do mesmo modo, como já vimos, a vontade humana foi enfraquecida (mas não eliminada) pelo pecado. Para Agostinho, o simples fato de ser-mos pecadores significa que estamos seriamente enfermos, a ponto de não poder diagnosticar corretamente nossa enfermidade e muito menos curá-la. É somente por intermédio da graça de Deus que nossa enfermidade (o pecado) é diagnosticada, e a cura (a graça) torna-se possível.
O ponto essencial de Agostinho está na idéia de que não temos controle sobre nossa natureza pecaminosa. Isso é algo que contamina nossa vida desde o nascimento e a domina posteriormente. Essa é uma situação que não podemos controlar. Poderíamos dizer que Agostinho compreendeu o fato de que a humanidade nasceu com uma disposição para o pecado, com uma inclinação natural para o pecado, a qual faz parte de sua natureza. Em outras palavras, o pecado é a causa do pecado: a condição pecadora do ser humano é a causa dos pecados de cada um de nós.
Contudo, para Pelágio, que foi um monge ascético nascido provavelmente nas Ilhas Britânicas, o pecado deve ser entendido de uma maneira totalmente diferente. A idéia da predisposição humana para o pecado não tem lugar em seu pensamento. Para ele, a capacidade humana de alcançar a perfeição não poderia ser vista como algo que fora comprometido pelo pecado. Era sempre possível para os seres humanos descarregar sobre Deus e sobre seus semelhantes suas próprias responsabilidades. Não havia desculpas para que se agisse desta forma. Devia-se entender o pecado como um ato voluntariamente cometido contra Deus.
Assim o pelagianismo parece ser, por vezes, uma forma bastante inflexível de autoritarismo moral – uma insistência no fato de que a humanidade nasce pura, sem pecado, e somente peca por meio de atitudes deliberadas. Pelágio insistiu na tese de que muitos dos personagens do AT, na verdade, jamais pecaram. Apenas aqueles que eram moralmente corretos poderiam ser admitidos na igreja – ao passo que Agostinho, com seu conceito de natureza humana caída, satisfazia-se em considerar a igreja como um hospital, em que a humanidade caída poderia se recuperar e crescer gradualmente em santidade, por intermédio da graça.
Para minha tristeza a igreja de hoje está cheia de pelagianismo, pessoas sem amor e misericórdia, que em vez de ajudar os que caíram, elas o exclui. A igreja não é mais um lugar de cuidar dos doentes mas um lugar cabível somente para pessoas puras e perfeitas.
Onde deveria ser um ambiente de amor, fraternidade e compreensão, virou um lugar de extrema opressão e rejeição. Na maioria das igrejas está escrito em seus corações, lugar de santos perfeitos, proibido a entrada de pecadores.
Com isso, milhares de pessoas estão morrendo, porque a Bíblia diz que o salário do pecado é a morte, porque não são tratadas por quem deveria tratar.
Que se levante nesta geração pessoas como Santo Agostinho, que reconhecia que era um pecador totalmente carente de Deus e só através de Cristo poderia vencer seus pecados, chegando a perfeição no fim de tudo quando se encontraria com Jesus.
Chega de tanta hipocrisia, de condenar todas as pessoas que erram, de dizer que, beber, fumar, e transar antes de casar praticamente não tem perdão, mas roubar os dízimos dos fieis, sonegar impostos, ser negligente, omisso, não cuidar da família, falar mal do próximo, caluniar o próximo, são pecados secundários.
Que sejamos misericordiosos com o nosso próximo e tenhamos nojo do “moralismo gospel”, lutando contra o pecado e buscando ser santo a cada dia, através de Jesus Cristo.
Deus abençoes vocês!!!

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