terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Uma ética relativa

Por rev. José Nildo Gomes
O Mundo todo conhece o famigerado “jeitinho brasileiro”. Para vergonha nossa, é verdade. Contudo, o que mundo todo não sabe, é que mesmo para os crentes, os cristãos do Brasil, essa prática do “jeitinho” é mais comum do que se imagina. Os crentes brasileiros têm, na verdade, uma ética relativa. Proíbem coisas irrelevantes, apegam-se a detalhes tolos e valorizam leis inventadas por homens sob uma falsa religiosidade, contudo um grande número de crentes brasileiros (e capixabas), sem perceber que está em pecado ou sequer se constranger por isso, faz exatamente o que os demais fazem: Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas; Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas; Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração; Troca voto por qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo: areia, cimento, tijolo, dentadura; Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento; Pára em filas duplas, atrapalha o transito e causa o maior tumulto, principalmente em frente às escolas; Fura filas nos bancos; Espalha mesas, cadeiras e churrasqueira nas calçadas; anda pelo meio da rua, quando deveria andar na calçada; Faz gato de luz, de água e de tv a cabo; Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado para pagar menos impostos; pega recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto; sonega; Muda a cor da pele, no papel, para entrar na universidade através do sistema de cotas; Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20; Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes; Estaciona em vagas exclusivas para deficientes; Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado; Compra produtos piratas com a plena consciência de que são piratas; Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca; Diminui a idade do filho para que ele não pague passagem; Leva para casa coisas da empresa onde trabalha como se isso não fosse roubo; Falsifica tudo, mas tudo mesmo, só não falsifica o que ainda não foi inventado; Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve; Quer que os políticos sejam honestos, Escandaliza-se com a aberração que foi a distribuição de propina pelo Durval ao governador Arruda e demais “ratos de esgoto” que se denominam políticos. Ora, esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo. E, para piorar, a Mídia mostra para todo Brasil os nossos “irmãos em Cristo” orando juntos e agradecendo a Deus, (no precioso sangue de Jesus) pelo roubo que fizeram, pela propina recebida, pela vida do bandido subornador, enfim, pela sujeirada toda. E olha que tudo veio ao ar justamente no “Dia do Evangélico” em Brasília... Poderia haver coisa pior? Oremos para que Deus nos livre dessa maldita ética relativa.

Deus te abençoe!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário