quinta-feira, 8 de maio de 2008

Pensadores Modernos IV

Por John Stott
Um Despenseiro
O que é, então, o pregador? Ele é um despenseiro. "Importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus" (1 Co 4:1-2). O despenseiro é o empregado de confiança que zela pela correta utilização dos bens de outra pessoa. Assim, o pregador é um despenseiro dos mistérios de Deus, ou seja, da auto-revelação que Deus confiou aos homens e é preservada nas Escrituras. Portanto, mensagem do pregador cristão não vem diretamente da boca de Deus - como se ele fosse profeta ou apóstolo - nem de sua própria cabeça - como os falsos profetas - nem das bocas e mentes de outras pessoas, sem reflexão - como o tagarela - mas da Palavra de Deus, uma vez revelada e para sempre registrada, da qual ele tem a honra de ser despenseiro.
Todos os cristãos são também despenseiros de Deus, que administram seus "bens", não para proveito pessoal, mas em benefício da família toda. A parábola dos talentos e a das minas ilustram a resposabilidade cristã de aperfeiçoar-se no uso dos dons e oportunidades que Cristo concedeu (Mt 25:14-30, Lc 19:19-28). O despenseiro não deve esconder e nem desperdiçar os bens que seu mestre lhe confiou. Ele deve administrar sua distribuição aos membros da família. Nós , cristãos, somos todos "despenseiros da multiforme graça de Deus" (1 Pe 1:10), e "cada um" deve usar seus dons para "servir uns aos outros". Ele dá em seguida dois exemplos: falar e servir, e é especialmente o primeiro exemplo que nos interessa aqui.
Assim, o bom despenseiro esforça-se em manter sua despensa bem provida. Ele nunca irá cansar a família que serve com cardápio monótono, nem enjoá-los com pratos insípidos, nem provocar indigestão com comida que não é apropriada à estação. Ele será como o pai de família descrito por Jesus que "tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas" (Mt 13:52).
Assim é despenseiro dos "mistérios de Deus"; fiel no estudo e pregação da Palavra, e fiel em deixar que os homens sintam nela e através dela a autoridade de Deus; fiel ao pai de família, que nomeou para o cargo; fiel à família que depende dele para seu sustento; fiel aos bens que foram confiados ao seu cuidado. Que Deus nos faça despenseiros fiéis!
Todos os estudos foram retirados do livro: "O Perfil do pregador"
STOTT, John. O Perfil do pregador. São Paulo: Sepal, 1989, p.11-40.
Próximo estudo: Philip Yancey e seus pensamentos.

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