Farinha do mesmo saco

Por Leandro Louzada

Romanos 3.21-26

Romanos é uma carta doutrinaria e teológica. Nós devemos ver a carta aos romanos como uma carta mais missionária do NT. Na própria carta Paulo diz que é apostolo dos gentios, que incluía a cidade de Roma, Paulo dizia que era devedor aquele povo. A igreja de Roma não foi fundada por um apostolo e ela precisava segundo Paulo de uma base apostólica, que seria uma confirmação do apostolado. Paulo escreve esta carta também porque ele tinha os olhos mais alem de Roma, olhava para Espanha. Paulo queria ir para Espanha. É uma carta escrita para pedir apoio a uma igreja para continuar pregando em lugares que o evangelho não foi anunciado.

Paulo nos capítulos de 1 à 3, mostrou que os gentios mesmo não tendo a lei escrita, tinham a lei moral dentro deles e o céu estrelado acima deles, mostrando-lhes a majestade de Deus, mas mesmo assim eles não deram glórias e nem graças a Deus, antes se entregaram a idolatria e imoralidade (Rm 1.18-32).

Da mesma forma, Paulo desbancou os críticos moralistas que julgavam e condenavam os gentios publicamente, por causa dos seus grosseiros pecados. Os moralistas julgavam os gentios por seus pecados, mas os cometiam em segredo. Eram hipócritas, pregando uma coisa e vivendo outra.

Com a mesma intensidade, Paulo atacou a falsa confiança dos judeus que se julgavam melhores do que os outros homens, respaldando sua confiança na lei e na circuncisão, acreditando que Deus os trataria com privilégios.

Paulo então finaliza sua argumentação provando que todos os homens sem distinção de raça, cultura ou religião são culpados diante de Deus. No julgamento divino, todos os homens estarão silenciados pela culpa (Rm 2.17-3.8). “Todas as pessoas estão no mesmo nível” (Francis Schaeffer).

Em Romanos 3.10-18, Paulo utiliza uma pratica rabínica e liga vários textos do Antigo Testamento, para mostrar a depravação total que se encontra a humanidade.

E essa depravação pode ser vista na:

1)      Relação do homem com Deus (3.10-12).

2)      Relação do homem consigo mesmo (3.13-14).

3)      Relação do homem com seu próximo (3.15-17).

O homem está completamente culpado e perdido, podemos ver que os nossos pecados não nos deixam ser justificados por Deus, por mais que esforcemos estamos dominados por eles.

Gentios, moralistas, judeus, budistas, mulçumanos, ateus e nós estamos debaixo do pecado e somos tidos como culpados no tribunal de Deus.

Imagine você no banco dos réus, o juiz lê em voz alta os seus delitos e na medida que ele vai lendo você tem a oportunidade de se defender, mas a medida que a culpa vai sendo exposta você não consegue mais se defender. Então sua boca é silenciada. Nossa causa é indefensável, sua culpa é notória e sua condenação é justa e inevitável (3.20).

Nossa situação é desesperadora, estamos debaixo de uma culpa e por mais que tentemos nos defender, nossa defesa é em vão, então todos nós estamos condenados ao castigo e estamos debaixo da ira de Deus.

O que faremos agora? Qual solução para resolver esse terrível problema?

Como um Deus santo pode justificar pecadores?

Agora passaremos para o coração da carta aos Romanos. Depois de mostrar o estado de depravação total que se encontra em todos os homens, de mostrar o peso da maldição que está sobre todos os homens, Paulo abre as janelas da graça e aponta o caminho da salvação. Depois de uma longa noite escura, raiou o sol.

A justificação é um ato divino, e não uma obra humana. É feita fora de nós e não dentro de nós. Provém da graça e não do mérito (3.21), é recebida pela fé e não por obras (3.28).

Agora precisamos de destacar algumas coisas neste trecho da palavra de Deus:

1)      Todos pecaram (v.23).

2)      Somos justificados pela graça (v.24).

3)      Somos propiciados pelo sangue de Cristo (v.25).

4)      Recebemos a salvação pela fé em Cristo (v.26).

Todos nós somos farinha do mesmo saco, não existe ninguém melhor do que o outro. Estamos debaixo da ira de Deus, não temos saída, ao menos que reconheçamos como de fato somos e qual grave é a nossa situação, e que somente o sacrifício de Cristo pode me salvar de tão grande condenação.

Neste dia, Deus te chama para salvação mediante a fé, Deus remove a culpa de você e lança todos os seus pecados em Jesus. Neste dia também Deus quer que muitos se arrependam, por viver uma vida de falsa piedade, achando que são melhores e mais santos do que os outros e estão trazendo condenação para si mesma.

Se vivermos desta forma, agarrados na graça de Deus, nenhuma condenação poderá nos separar do amor de Deus, sendo assim serei uma pessoa mais humana e conseguirei amar e entender a humanidade do meu semelhante, não sendo uma pessoa cheia de razão e com juízo próprio, mas um ser bondoso, misericordioso e gracioso.

Deus nos abençoe, amém!!!