sábado, 25 de dezembro de 2010

O Príncipe da Paz

Por Rev. José Nildo Gomes

Mais um ano chega ao fim e Deus nos dá a graça de desfrutarmos mais um Natal. A maior celebração cristã, o nascimento de Jesus, o Cristo Salvador. Nestes dias tão milagrosamente cheios de alegria parece haver uma movimentação de anjos mais intensa na Terra, como o foi dois mil anos atrás. Lembro-me que, ora meu pai, ora minha mãe, nos contavam histórias deliciosas de se ouvir. Lembro-me também de uma véspera de natal quando fiquei até mais tarde numa construção imensa e antiga de minha pequena cidade, que nós chamávamos de Salão Paroquial, e que era uma espécie de biblioteca. Bisbilhotando, encontrei um livro muito antigo, cujo nome nem me lembro, e o abri numa das páginas do meio. Lá estava escrito:
"Diário do Mago Odhlin - Vigésimo sétimo dia do ano do Rei de seis mil e dois. Ainda estamos em busca do Herdeiro libertador, passando agora pelo caminho do Oriente. Aconteceu algo tremendo comigo nestes dias. Estávamos bem perto da Cidade do Templo, e perto também de cumprir nosso objetivo, quando tivemos que acampar numa cidadezinha chamada Bethlehem, ou Belém, como nosso povo a chama. Vimos que os soldados de um tal Herodes, rei daquele lugar, estavam atacando a cidade e matando as criancinhas, buscando um certo filho de Rei que nascera ali meses atrás. Eu e minha comitiva interferimos, obviamente, e derrotamos os soldados, mas infelizmente não pudemos salvar todas as crianças. Foi triste, muito pranto e dor. Mas curei alguns e fui informar-me com um taberneiro do que se tratava. Foi então que ele me contou a História do menino Jesus, filho de Maria. Disse-me que seu nascimento cumpre várias profecias, e que os antigos Videntes previram ser ele o Filho de Deus que viria para salvar os homens da perdição. Eu nunca vira nada sobre isso em meus estudos, mas de algum modo isto tocou meu velho coração. Deixei então a caravana e cavalguei para onde achava que encontraria o menino, e sete dias depois, noite alta, eu os encontrei! Estavam assentados junto a uma fogueira, próximos ao acampamento de um caravana que viajava para o Egito. Aproximei-me e falei com seus pais. Disse-lhes quem eu era, e eles me responderam que três Magos do Oriente já haviam dado seus presentes ao menino. Então eu olhei em seus olhos e o toquei. Era apenas um bebezinho, mas seu olhar penetrou no mais íntimo de meu coração, e viu dentro de minha alma. Ouvi sua voz divina em minha mente, e então entendi. Eu não poderia oferecer-lhe nenhum presente, Ele é que acabara de me presentear: seu olhar me curou e perdoou todos os meus erros. Toda minha sabedoria e poder eram nada em face d’Ele. Jurei a ele minha vida, meu coração e minha fidelidade naquele momento, e então ouvi seres celestiais cantarem uma canção que dizia algo como: ‘Tudo é paz, tudo é amor. Em Belém, Jesus nasceu! Rei da paz, da Terra e Céu. Nosso Salvador!’ Quando voltei a reunir-me com a Caravana, disse-lhes: Não busquem mais, meus amigos! Encontrei o Príncipe que salvará nosso Reino! Seu nome é Jesus!”
Eu me lembro como se fosse ontem, apesar de muitos anos terem se passado. Um dia Jesus olhou também em meus olhos, Ele nasceu em meu coração! Por isso, o Natal para mim é tão importante. Deus abençoe você.
Feliz Natal!

Um comentário:

  1. Obrigado por postar o texto, Reverendo Leandro, mas esqueci de mecionar no corpo do texto, na ocasiao, que a parte em que eu encontro o livro antigo com os manuscritos do Sábio Odhlin é obra de ficção, rsrsrs.
    Deus abençoe a todos, e bom Natal, sempre!!

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